Robert Redford, um dos maiores nomes da história do cinema, faleceu nesta segunda-feira (16), aos 89 anos, em sua casa em Sundance, Utah. A notícia foi confirmada por sua família, que informou que o ator e diretor partiu tranquilamente, cercado pelos entes queridos. Embora a causa da morte não tenha sido revelada, sua partida encerra um ciclo fundamental para a sétima arte, tanto em Hollywood quanto no cinema independente.
Do galã ao cineasta premiado
Nascido em 1936, Redford iniciou a carreira no teatro e na televisão antes de conquistar o estrelato no cinema nos anos 1960. Seu carisma e talento logo o transformaram em um dos atores mais admirados de sua geração. Ele protagonizou clássicos que marcaram época, como Butch Cassidy and the Sundance Kid (1969), Golpe de Mestre (1973) e Todos os Homens do Presidente (1976). Esses papéis não apenas consolidaram sua imagem de galã, mas também mostraram sua habilidade para interpretar personagens complexos e cativantes.
Na década de 1980, Redford surpreendeu ao se reinventar como diretor. Sua estreia por trás das câmeras foi com Gente como a Gente (1980), longa que recebeu quatro Oscars, incluindo Melhor Diretor. A conquista reafirmou seu talento multifacetado e abriu espaço para que ele explorasse uma carreira sólida também na direção.
Sundance e o legado do cinema independente
Além de ator e cineasta, Redford se destacou como um verdadeiro patrono do cinema independente. Em 1981, fundou o Sundance Institute, que posteriormente originou o Sundance Film Festival, hoje considerado o mais importante festival de cinema independente dos Estados Unidos.
Graças a sua visão, novas gerações de cineastas encontraram espaço para apresentar obras autorais e ousadas. Filmes que talvez jamais chegassem ao grande público ganharam repercussão mundial por causa da iniciativa de Redford. Nesse sentido, sua contribuição ultrapassou a tela: ele se tornou responsável por transformar a indústria ao abrir caminho para narrativas inovadoras e criadores independentes.
Ativismo e engajamento social
A carreira de Redford não se restringiu à arte. Reconhecido como ativista ambiental, ele dedicou décadas de sua vida à defesa da natureza e das políticas de preservação. Com frequência, usava sua popularidade para chamar atenção para causas urgentes, atuando em campanhas contra mudanças climáticas e em defesa de áreas naturais ameaçadas.
Essa postura firme lhe rendeu respeito não apenas no meio artístico, mas também entre líderes políticos e organizações ambientais. Ao longo dos anos, consolidou-se como uma voz que unia arte, consciência social e compromisso com o planeta.
Reações e homenagens
A morte de Robert Redford provocou uma onda de homenagens em todo o mundo. Atrizes e atores que dividiram a tela com ele, como Jane Fonda e Meryl Streep, lamentaram a perda e destacaram sua generosidade e talento. Para muitos colegas, Redford não era apenas um astro, mas também um mentor e amigo leal.
Nas redes sociais, fãs de diferentes gerações recordaram cenas marcantes de seus filmes e ressaltaram como sua trajetória influenciou não apenas artistas, mas também espectadores apaixonados pelo cinema. A comoção demonstra a dimensão de sua importância cultural e afetiva.
Um legado que permanece vivo
Robert Redford foi mais do que um ator premiado. Ele foi um artista completo, capaz de se reinventar e de deixar marcas profundas em todas as áreas em que atuou. Seja na pele de personagens inesquecíveis, na direção de obras premiadas ou na criação de um dos festivais mais influentes do mundo, sua contribuição continuará presente por muitas décadas.
Sua morte representa o fim de uma era, mas o impacto de sua obra mantém viva a memória de um homem que acreditava no poder transformador do cinema. Assim, Robert Redford seguirá como referência eterna para o cinema clássico, o cinema independente e para todos que acreditam que a arte pode mudar o mundo.