Retrospectiva 2021: um ano de grandes despedidas

O ano de 2021 foi marcado por despedidas de talentos que enriqueceram o cinema com suas habilidades de interpretar personagens memoráveis.

O ano de 2021 marcou a despedida de grandes astros e estrelas que fizeram história na sétima arte. O cinema, que nos presenteia com personagens inesquecíveis e filmes que transcendem gerações, também sofre quando perde aqueles que deram vida a tantas histórias. Sendo assim, vamos relembrar alguns dos talentos que partiram em 2021 e deixaram um legado que seguirá inspirando o público.

Jean-Paul Belmondo (1933-2021) – o rosto da Nouvelle Vague Francesa

A França perdeu um de seus maiores astros em setembro, quando Jean-Paul Belmondo, aos 88 anos, faleceu. Símbolo da Nouvelle Vague e conhecido por seu papel em Acossado (1960), de Jean-Luc Godard, Belmondo trouxe uma autenticidade e carisma que fizeram dele um ícone. Nesse sentido, ao longo de sua carreira, atuou em filmes de ação, comédia e drama. Sempre com uma presença magnética e uma capacidade única de criar personagens complexos e fascinantes.

Belmondo, com seu sorriso característico e uma leveza que atravessava a tela, ajudou a moldar o cinema francês. O ator influenciou gerações de cineastas ao redor do mundo.

Christopher Plummer (1929-2021) – o eterno Capitão Von Trapp

Christopher Plummer, um dos atores mais respeitados e versáteis de Hollywood, faleceu em fevereiro aos 91 anos. Conhecido principalmente por seu papel icônico como o Capitão Von Trapp em A Noviça Rebelde (1965), Plummer teve uma carreira que durou mais de sete décadas e foi marcada por interpretações em filmes de sucesso e peças de teatro consagradas. Sua última participação notável foi no mistério Entre Facas e Segredos (2019), onde mostrou mais uma vez sua habilidade de capturar a atenção do público.

Vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em 2012 por Toda Forma de Amor, Plummer tornou-se ocasionalmente o mais velho ator a ganhar uma estatueta, com 82 anos, e segue sendo uma referência de elegância e comprometimento com o ofício.

Cicely Tyson (1924-2021) – um símbolo de resistência e inspiração

Cicely Tyson, uma das atrizes mais influentes da história do cinema americano, nos deixou em janeiro de 2021 aos 96 anos. Ocasionalmente, Tyson é lembrada por sua determinação em quebrar estereótipos de papéis limitados a mulheres negras em Hollywood, trazendo representatividade e profundidade em filmes como Sounder (1972) e a minissérie Raízes (1977). Sendo assim, sua atuação em The Autobiography of Miss Jane Pittman lhe rendeu um Emmy e consolidou seu lugar na história do cinema e da televisão.

Ao longo de sua carreira, Cicely Tyson não apenas abriu portas para atrizes negras, mas também fez história ao escolher papéis que valorizavam a dignidade e a força de suas personagens. Nesse sentido, Tyson continuou ativa até os últimos anos, lançando em 2021 sua autobiografia, Just as I Am, pouco antes de falecer.

Olympia Dukakis (1931-2021) – a atriz que conquistou corações

Olympia Dukakis, uma atriz talentosa e versátil, nos deixou em maio, aos 89 anos. Ganhadora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por seu papel em Feitiço da Lua (1987), ao lado de Cher, Dukakis se destacou por sua habilidade em interpretar personagens fortes e engraçadas. Portanto, seu carisma e autenticidade fizeram dela uma figura amada pelo público.

Dukakis atuou em filmes e séries de TV ao longo de mais de seis décadas. A atriz deixou um legado em personagens memoráveis que exploraram as complexidades das relações familiares e os desafios da vida. Sendo assim, sua contribuição vai muito além dos prêmios, refletindo uma carreira construída em autenticidade e paixão pelo ofício.

O ator Ned Beatty brilhou por décadas como um dos coadjuvantes mais requisitados do cinema - Foto: Getty Images
O ator Ned Beatty brilhou por décadas como um dos coadjuvantes mais requisitados do cinema – Foto: Getty Images

Ned Beatty (1937-2021) – o versátil coadjuvante que deixou sua marca

Ned Beatty, conhecido como um dos coadjuvantes mais versáteis de Hollywood, faleceu em junho aos 83 anos. Com mais de 160 créditos em filmes e séries, Beatty ficou famoso por seu papel em Amargo Pesadelo (1972) e por seu trabalho em clássicos como Rede de Intrigas (1976), pelo qual foi indicado ao Oscar. Portanto, Beatty era capaz de transmitir emoção e intensidade com poucos minutos de tela. Seu talento para dar vida a personagens complexos o fez um ator indispensável em várias produções.

George Segal (1934-2021) – humor e carisma na tela

George Segal, um rosto conhecido tanto do cinema quanto da televisão, faleceu em março aos 87 anos. Assim, conhecido por sua capacidade de transitar entre o drama e a comédia, Segal conquistou fãs com atuações leves e carismáticas. Sendo assim, entre seus papéis mais marcantes estão Quem Tem Medo de Virginia Woolf? (1966) e a série de comédia Os Goldbergs, onde permaneceu até seus últimos anos.

Richard Donner (1930-2021) – o diretor visionário por trás de Superman

Richard Donner, o diretor que revolucionou o cinema de super-heróis com Superman (1978), faleceu em julho aos 91 anos. Acima de tudo, Donner foi um dos primeiros a mostrar que os filmes de super-heróis poderiam ser levados a sério e bem-sucedidos, pavimentando o caminho para o que hoje é um dos gêneros mais populares do cinema. Além disso, ele foi responsável por sucessos como Os Goonies (1985) e a série Máquina Mortífera, misturando ação com humor de forma única.

Seu legado é sentido até hoje na indústria, sendo lembrado como um visionário que trouxe novas perspectivas ao cinema de entretenimento.

Michael K. Williams (1966-2021) – a Brilhante vida de um ator singular

Michael K. Williams, conhecido por seu trabalho em The Wire e Boardwalk Empire, morreu tragicamente em setembro aos 54 anos. Frequentemente Williams era celebrado por sua capacidade de transmitir a complexidade e as lutas de seus personagens, ganhando destaque como Omar Little, um dos personagens mais memoráveis da televisão. Sendo assim, sua perda foi sentida profundamente pelo público e por colegas da indústria, que reconhecem nele uma habilidade única de dar voz e profundidade a personagens marginalizados.

Helen McCrory (1968-2021) – uma força do cinema e da televisão britânica

Helen McCrory, a talentosa atriz britânica conhecida por seus papéis em Harry Potter e Peaky Blinders, faleceu em abril aos 52 anos após uma batalha contra o câncer. Antes de tudo, McCrory era aclamada por sua intensidade e presença marcante, tornando suas personagens icônicas. Sendo assim, sua atuação como Polly Gray em Peaky Blinders trouxe profundidade e força à série, ao mesmo tempo, fazendo dela uma figura querida por fãs ao redor do mundo.

O ator Yaphet Kotto transitou bem por vários gêneros entre tantos personagens - Foto: NBCUniversal via Getty Images
O ator Yaphet Kotto transitou bem por vários gêneros entre tantos personagens – Foto: NBCUniversal via Getty Images

Yaphet Kotto (1939-2021) – pioneiro do cinema afro-americano

Yaphet Kotto, uma das primeiras grandes estrelas negras de Hollywood, nos deixou em março aos 81 anos. Conhecido por seus papéis em Alien – O Oitavo Passageiro (1979) e 007: Viva e Deixe Morrer (1973), Kotto foi pioneiro em uma época em que o cinema oferecia poucas oportunidades para atores afro-americanos em papéis de destaque.

Inspirando gerações futuras

O ano de 2021 foi marcado por despedidas de grandes talentos que enriqueceram o cinema com suas habilidades, carisma e coragem de interpretar personagens autênticos e memoráveis. Sendo assim, cada um desses nomes deixou um legado único, seja na atuação, direção ou na inovação que trouxe à indústria. Portanto, suas contribuições permanecem vivas e continuarão a inspirar gerações futuras.

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Alessandra Rocha
Alessandra Rocha
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