Relembrando a carreira de Maggie Smith

Maggie Smith deixou uma marca profunda em cada meio em que atuou, inspirando gerações de atores e atrizes

No dia 27 de setembro de 2024, há exatamente um mês atrás, o mundo se despediu de uma das maiores atrizes de todos os tempos: Dame Maggie Smith. Aos 89 anos, a atriz faleceu cercada por sua família, que não divulgou a causa da morte, preferindo preservar sua privacidade. Conhecida por sua presença cativante e seu talento incomparável, Smith deixou um legado memorável no cinema, teatro e televisão. Dona de uma carreira que atravessou seis décadas, ela era respeitada tanto por seus papéis cômicos quanto pelos dramáticos, sempre demonstrando uma versatilidade rara.

Início de carreira: a conquista do teatro e do cinema

Maggie Smith nasceu em 28 de dezembro de 1934, em Essex, Inglaterra. Ela começou sua carreira no teatro, onde rapidamente se destacou como uma das mais talentosas atrizes de sua geração. Seu trabalho no palco em peças clássicas de Shakespeare e outros grandes autores a colocou em evidência, e não demorou para que o cinema também percebesse seu talento.

Seu primeiro papel no cinema veio em 1958, no filme Nowhere to Go, mas foi em 1969 que sua carreira deu um salto definitivo com sua atuação em A Primavera de uma Solteirona. Sendo assim, Maggie interpretou a rígida e inspiradora professora Miss Jean Brodie, um papel que a consagrou como uma grande atriz dramática e lhe rendeu seu primeiro Oscar de Melhor Atriz. Portanto, seu retrato de uma mulher complexa, com ideais de grandeza que acabam tragicamente se tornando sua ruína, capturou a atenção de críticos e audiências em todo o mundo.

As duas conquistas de Maggie Smith no Oscar

Ao longo de sua carreira, Maggie Smith foi indicada seis vezes ao Oscar, vencendo duas vezes. A primeira vitória, como mencionado, foi por seu trabalho em A Primavera de uma Solteirona. A segunda estatueta veio em 1978, quando ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação em California Suite. Sendo assim, no filme, ela interpretou uma atriz britânica nomeada ao Oscar, uma personagem que trazia uma mistura de insegurança e vaidade, algo que Smith desempenhou com sua habitual graça e inteligência.

Apesar das duas vitórias, sua carreira esteve cheia de performances que poderiam facilmente ter lhe garantido ainda mais prêmios. Contudo, Maggie nunca se contentou com o glamour de Hollywood, preferindo dedicar-se à sua arte de maneira séria, sem se deslumbrar com as armadilhas da fama.

Harry Potter: a professora Minerva McGonagall

Entre seus muitos papéis inesquecíveis, um dos mais marcantes, especialmente para as novas gerações, foi o de Minerva McGonagall na franquia Harry Potter. Como a professora severa e justa da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, Smith conquistou o público jovem com sua presença imponente e sua interpretação calorosa e maternal. Portanto, o papel de McGonagall era crucial na narrativa da saga, e a performance de Smith trouxe uma profundidade emocional para a personagem que ia além das páginas dos livros.

Para muitos fãs de cinema, esse foi o primeiro contato com o trabalho de Maggie Smith, e ela foi rapidamente adotada como uma das figuras mais queridas da franquia. Contudo, mesmo durante as filmagens, Smith lutou contra problemas de saúde, incluindo um câncer, mas nunca deixou que isso afetasse seu desempenho. Portanto, sua dedicação ao papel demonstrava seu profissionalismo inabalável.

O sucesso em Downton Abbey

Outro marco na carreira de Maggie Smith foi seu papel como Violet Crawley, a Condessa de Grantham, na aclamada série Downton Abbey. A personagem, conhecida por seu humor ácido e comentários afiados, rapidamente se tornou um dos destaques da série. Smith interpretou Violet com um equilíbrio perfeito entre ironia e afeto, garantindo à personagem um lugar especial no coração dos fãs da série.

Sua atuação em Downton Abbey lhe rendeu múltiplos prêmios, incluindo três Primetime Emmy Awards, reafirmando seu talento para a televisão. Contudo, mesmo em seus últimos anos de vida, Maggie Smith continuou a brilhar nas telas, mostrando que sua habilidade em dominar personagens complexos e profundos só crescia com o tempo.

Outras obras marcantes de Maggie Smith

Além de Harry Potter e Downton Abbey, a filmografia de Maggie Smith é extensa e cheia de sucessos. Ela brilhou em comédias como Assassinato em Gosford Park (2001), de Robert Altman, onde desempenhou o papel de Constance, Condessa de Trentham. Sendo assim, sua atuação lhe rendeu outra indicação ao Oscar, consolidando sua posição como uma das grandes damas do cinema mundial.

Outro papel de destaque foi em O Exótico Hotel Marigold (2011), onde ela interpretou a irreverente Muriel Donnelly, uma mulher idosa que, a princípio, resiste à vida na Índia, mas que acaba encontrando um novo significado para sua vida. Sendo assim, o filme foi um sucesso de crítica e público, reforçando a habilidade de Smith em atrair audiências de todas as idades.

Maggie Smith em uma live com Kathleen Turner, transmitida em 2021: celebração de uma amizade de 20 anos
Maggie Smith em uma live com Kathleen Turner, transmitida em 2021: celebração de uma amizade de 20 anos

Vida pessoal e trajetória no teatro

Maggie Smith foi sempre uma mulher reservada em relação à sua vida pessoal. Ela foi casada duas vezes: primeiro com o ator Robert Stephens, com quem teve dois filhos, Chris Larkin e Toby Stephens, ambos atores; e depois com o dramaturgo Beverley Cross, que faleceu em 1998. No entanto, mesmo com a discrição que manteve em relação à sua vida privada, era claro que seu foco principal sempre foi a carreira.

No teatro, Maggie Smith também teve um impacto duradouro. Seus trabalhos com o National Theatre e a Royal Shakespeare Company a consolidaram como uma das maiores intérpretes de Shakespeare de sua geração. Sendo assim, seus papéis em peças como Othello, A Megera Domada e Antony and Cleopatra são frequentemente mencionados como atuações brilhantes. Interpretações que redefiniram esses personagens para o público moderno.

O legado de Maggie Smith

Maggie Smith deixa um legado incomparável no cinema, na televisão e no teatro. Ela era uma atriz que podia facilmente transitar entre o drama mais profundo e a comédia mais leve, sempre trazendo algo especial para cada papel. Sua habilidade de fazer o público rir e chorar com a mesma intensidade era rara, e sua presença será sentida por muitos anos.

Ao longo de sua carreira, Maggie ganhou não apenas dois Oscars, mas também prêmios BAFTA, Emmy e Tony, além de ser condecorada como Dama pela Rainha Elizabeth II em 1990 por suas contribuições à arte dramática.

Maggie Smith em dois momentos consolidados na carreira: ainda jovem quando atuava no teatro e veterana das telas
Maggie Smith em dois momentos consolidados na carreira: ainda jovem quando atuava no teatro e veterana das telas

A despedida de uma lenda

Com sua morte, o mundo perde uma das figuras mais queridas e talentosas das artes. Maggie Smith deixou uma marca profunda em cada meio em que atuou, inspirando gerações de atores e atrizes e encantando plateias em todo o mundo. Sua ausência será sentida, mas seu legado continuará vivo em seus filmes, peças e séries que tanto emocionaram e divertiram milhões de pessoas.

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Diego Almeida
Diego Almeida

Formado em Publicidade e pós graduado em Artes visuais. Admirador da cultura pop no geral, com objetivo em viajar por toda Europa em 1 mês apenas.

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