Na noite de domingo, 2 de março, o Dolby Theatre, em Los Angeles, se tornou o epicentro do cinema mundial com a realização da 97ª edição do Oscar. Em um evento repleto de emoção, surpresas e discursos memoráveis, Anora, dirigido por Sean Baker, conquistou o prêmio de Melhor Filme, consagrando-se como o grande vencedor da noite. A produção, que mistura comédia romântica e drama, superou concorrentes de peso, como Emilia Pérez, The Brutalist e Conclave, e se junta a uma seleta lista de filmes que venceram tanto a Palma de Ouro em Cannes quanto o Oscar, ao lado de Parasita e Marty.
Uma noite de conquistas para o cinema independente
A vitória de Anora confirma a tendência da Academia de prestigiar narrativas originais e produções independentes. Com um orçamento modesto, em contraste com superproduções como Duna: Parte 2 e Wicked, o longa se destacou pela abordagem autêntica e pela visão singular de Baker. O filme levou para casa um total de cinco estatuetas, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor para Sean Baker, Melhor Roteiro Original, Melhor Edição e Melhor Atriz para Mikey Madison.
Madison, que interpreta Ani, uma stripper de Nova York que se envolve com o filho de um oligarca russo, entregou uma performance envolvente que conquistou a Academia. No entanto, sua vitória veio em meio a uma disputa acirrada com Fernanda Torres, indicada por Ainda Estou Aqui.
Brasil faz história no Oscar 2025
O cinema brasileiro celebrou uma conquista histórica com Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, que se tornou o primeiro filme do país a vencer o Oscar de Melhor Filme Internacional. O longa, baseado nas memórias de Marcelo Rubens Paiva, retrata a luta de sua mãe, Eunice Paiva, durante a ditadura militar no Brasil.
A vitória representa um marco para o cinema latino-americano e reafirma o talento de Salles, que já havia sido indicado ao Oscar com Central do Brasil, em 1999. Embora Fernanda Torres não tenha levado a estatueta de Melhor Atriz, sua presença na premiação reforçou o impacto do filme na temporada.
Outros destaques da noite no Oscar 2025
Além do domínio de Anora e da histórica vitória de Ainda Estou Aqui, outros filmes também tiveram seu momento de brilho:
- The Brutalist levou três prêmios, incluindo Melhor Ator para Adrien Brody, Melhor Trilha Sonora Original para Daniel Blumberg e Melhor Fotografia para Lol Crawley.
- Emilia Pérez garantiu duas estatuetas, entre elas Melhor Trilha Sonora Original.
- Duna: Parte 2 e Wicked: Parte Um também saíram com dois prêmios cada, especialmente em categorias técnicas.
Um dos momentos mais comentados da noite foi a aparição surpresa de Mick Jagger para anunciar o prêmio de Melhor Canção Original. Aos 81 anos, o icônico vocalista dos Rolling Stones trouxe sua energia característica e um toque de rock ‘n’ roll à cerimônia, reforçando a conexão entre o cinema e a música.
Recordes quebrados no Oscar 2025
A edição de 2025 também entrou para a história com a quebra de alguns recordes significativos:
- Sean Baker tornou-se o cineasta com mais estatuetas individuais por um único filme, levando Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original, Melhor Edição e compartilhando o prêmio de Melhor Filme como produtor.
- Adrien Brody fez o discurso mais longo da história do Oscar ao vencer como Melhor Ator, ultrapassando o recorde anterior de Greer Garson, de 1943. O ator falou por impressionantes 5 minutos e 40 segundos.
- O Brasil conquistou seu primeiro Oscar, um feito histórico para o cinema nacional, que agora se junta a outros países latinos que já foram premiados na categoria internacional.
Maior celebração do cinema mundial
A 97ª edição do Oscar ficou marcada pela consagração de Anora como Melhor Filme, a histórica vitória de Ainda Estou Aqui e o reconhecimento de talentos como Sean Baker, Mikey Madison e Adrien Brody. Com uma mistura de emoção, surpresas e momentos icônicos, a premiação reafirmou seu papel como a maior celebração do cinema mundial, dando espaço tanto para o cinema independente quanto para as grandes produções de Hollywood.
Agora, a indústria cinematográfica segue para um novo ciclo de produções e apostas para o Oscar 2026. Se a edição deste ano serviu de indicativo, a Academia continua a valorizar histórias autêuticas e ousadas, prometendo um futuro brilhante para cineastas ao redor do mundo.
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