Nesta segunda-feira, 23 de setembro, a Academia Brasileira de Cinema anunciou que o filme Ainda Estou Aqui foi escolhido por unanimidade para representar o Brasil na corrida pelo Oscar 2025, na categoria de Melhor Filme Internacional. Sendo assim, a produção disputará uma vaga entre os dez pré-selecionados, que serão revelados no dia 17 de dezembro. Já a lista final dos indicados ao Oscar será conhecida em 17 de janeiro.
Seleção nacional: o processo intenso de Ainda Estou Aqui
A escolha de Ainda Estou Aqui se deu após uma competição acirrada com outras cinco produções nacionais. Entre elas, destacam-se Cidade Campo, de Juliana Rojas; Levante, de Lillah Halla; Motel Destino, de Karim Aïnouz; Saudade Fez Morada Aqui Dentro, de Haroldo Borges; e Sem Coração, de Nara Normande e Tião. Nesse sentido, a Comissão de Seleção, presidida por Bárbara Paz, ressaltou o potencial do filme e expressou confiança na capacidade de a produção se destacar internacionalmente.
Walter Salles: uma jornada de desafios na produção
Walter Salles, renomado diretor de obras como Central do Brasil e Diários de Motocicleta, trouxe seu olhar sensível e humanista para a produção. Sendo assim, desde o início, Salles enfrentou desafios significativos, tanto na fase de pré-produção quanto na finalização do longa.
Contudo, o primeiro obstáculo foi garantir que a história de Eunice Paiva, uma figura crucial na luta pelos direitos humanos durante a ditadura militar no Brasil, fosse retratada com a delicadeza e a profundidade necessárias. Para isso, Walter dedicou-se intensamente à pesquisa, trabalhando lado a lado com Marcelo Rubens Paiva. Marcelo é autor do livro que inspirou o filme, para assegurar que o roteiro transmitisse o peso emocional e histórico da narrativa.
Outro grande desafio foi o processo de financiamento. Salles levou anos para conseguir o apoio financeiro necessário para dar início às filmagens, especialmente em um período de corte de verbas para o setor cultural no Brasil. Contudo, sua persistência e reputação internacional foram cruciais para atrair investidores e garantir que o filme saísse do papel.
Escolha do elenco: uma decisão minuciosa
Na escolha do elenco, Walter Salles fez questão de contar com atores de peso que pudessem capturar a essência dos personagens reais. Fernanda Torres foi escalada para interpretar Eunice Paiva, e Selton Mello assumiu o papel de Rubens Paiva. Sendo assim, a química entre os dois atores foi decisiva para transmitir a intensidade emocional da trama. Além disso, a participação especial de Fernanda Montenegro, uma das maiores atrizes do cinema e teatro brasileiros, trouxe ainda mais prestígio ao projeto.
Uma história de resistência e memória em Ainda Estou Aqui
Ainda Estou Aqui narra a trajetória de Eunice Paiva, mãe de Marcelo Rubens Paiva, e sua luta durante o período da ditadura militar. Após o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, um deputado cassado e ativista político. Dessa forma, a história aborda não só a busca por justiça e verdade, mas também o impacto emocional dessa luta na vida de Eunice e sua família.
Reconhecimento internacional e expectativas para o Oscar
A estreia nos cinemas brasileiros está marcada para 7 de novembro, mas o filme já vem sendo aclamado em festivais internacionais, como o Festival de Veneza, onde conquistou o prêmio de Melhor Roteiro. Além disso, recebeu aplausos em sua exibição na sessão de gala, fortalecendo as expectativas para a próxima temporada de premiações.
Walter Salles, que já coleciona grandes feitos em sua carreira, agora aguarda com expectativa o desenrolar dessa jornada até o Oscar 2025, onde Ainda Estou Aqui poderá levar a cultura e o cinema brasileiros a uma das maiores vitrines do mundo.
