Gene Hackman é encontrado morto em sua residência

O cinema perdeu um de seus grandes ícones. Gene Hackman, lendário ator vencedor de dois prêmios Oscar, foi encontrado morto em sua residência no estado do Novo México, ao lado da esposa, Betsy Arakawa. O casal, segundo as autoridades locais, não apresentava sinais de violência, e a causa do falecimento ainda está sendo investigada. Hackman, que tinha 95 anos, era casado com Arakawa, pianista clássica de 63 anos, há mais de três décadas. O cachorro da família também foi encontrado sem vida, de acordo com a imprensa americana.

Uma lenda do cinema

Gene Hackman foi um dos atores mais respeitados e versáteis de sua geração. Nascido em 30 de janeiro de 1930, em San Bernardino, Califórnia, ele construiu uma carreira sólida ao longo de cinco décadas, interpretando personagens marcantes que transitaram entre policiais durões, vilões memoráveis e figuras complexas que desafiavam a moralidade. Sua presença nas telas sempre trouxe intensidade e autenticidade, tornando-o uma referência no cinema mundial.

Início da carreira e primeiros destaques de Gene Hackman

Antes de se tornar um nome conhecido, Hackman enfrentou dificuldades para entrar no meio cinematográfico. Após servir no Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, ele estudou atuação no Pasadena Playhouse, onde conheceu outro futuro astro, Dustin Hoffman. Inicialmente desacreditado por alguns professores, Hackman persistiu e, no início dos anos 60, começou a conseguir papéis pequenos na televisão e no cinema. Seu primeiro grande destaque veio em “Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas” (1967), onde interpretou Buck Barrow, irmão do famoso criminoso. O papel lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante.

O sucesso e o primeiro Oscar na trajetória de Gene Hackman

Nos anos 70, Gene Hackman consolidou seu nome entre os grandes astros de Hollywood. Seu desempenho como o detetive Jimmy “Popeye” Doyle em “Operação França” (1971) foi um divisor de águas em sua carreira. O filme, dirigido por William Friedkin, trouxe uma abordagem realista e eletrizante ao gênero policial, e Hackman entregou uma atuação intensa e visceral. O sucesso da produção lhe garantiu o Oscar de melhor ator e firmou sua posição como um dos grandes talentos da época.

Nos anos seguintes, ele estrelou sucessos como “O Espantalho” (1973), ao lado de Al Pacino, “A Conversação” (1974), dirigido por Francis Ford Coppola, e “Superman” (1978), onde viveu o icônico vilão Lex Luthor, um papel que interpretaria novamente em sequências da franquia.

Os anos 80 e 90: uma carreira versátil

Nos anos 80, Hackman continuou a demonstrar sua versatilidade, alternando entre filmes de ação, suspense e dramas. Trabalhos como “Sem Saída” (1987), “Mississippi em Chamas” (1988) e “Maré Vermelha” (1995) reafirmaram seu talento para personagens fortes e carismáticos.

Em 1992, ele conquistou seu segundo Oscar, desta vez como melhor ator coadjuvante, por sua atuação como o xerife sádico Little Bill Daggett em “Os Imperdoáveis”. O faroeste dirigido por Clint Eastwood foi aclamado pela crítica e se tornou um dos filmes mais icônicos do gênero.

Trabalhos finais e aposentadoria de Gene Hackman

Nos anos 2000, Hackman estrelou “A Mexicana” (2001), “Os Excêntricos Tenenbaums” (2001) e “Bem-vindo à Casa da Mãe Joana” (2004), seu último trabalho no cinema. Pouco depois, anunciou sua aposentadoria, afirmando que queria se dedicar a outras paixões, como a escrita. Ele escreveu diversos romances ao longo dos anos e manteve uma vida reservada no Novo México.

Um legado inigualável

Gene Hackman deixa um legado impressionante no cinema. Seu talento incomparável, presença magnética e dedicação à arte da atuação o tornaram um dos maiores atores de todos os tempos. Trabalhou com cineastas lendários, como Clint Eastwood, Francis Ford Coppola, William Friedkin e Richard Donner, e contracenou com estrelas como Marlon Brando, Al Pacino, Denzel Washington e Robert Duvall.

Sua morte marca o fim de uma era, mas suas performances continuarão a inspirar gerações futuras. O cinema perde um gigante, mas seu impacto será eterno.

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